quinta-feira, 1 de maio de 2014

FRIO. FRÍO. FROID. COLD. ERKÄLTUNG. холодный

Divulgação - Portugal, The Man

Acaso.


Não existe palavra mais justa para definir como se chega até uma nova música, mesmo que você esteja certo do que procura. Quando não tenho referências, ou simplesmente não conheço pessoalmente o lugar, penso imediatamente num roteiro de viagem, lugares que eu gostaria de conhecer e desbravar. Assim, inicio a minha caça por diferentes cenários e gêneros musicais locais.O projeto Wanderlust na On The Rocks chegou na minha vida para colocar num dos meus hobbies, data e hora marcada - porque esse trabalho está mais para diversão, né? Ô, coisa boa!

Na busca por novas canções é mais fácil irmos atrás de paisagens, idiomas e culturas com so quais já estamos familiarizados, como o espanhol, francês, inglês. No meu caso, funciona de forma contrária. Quanto mais esquisita a cidade, mais ela me instiga pela sua mistura de dialetos, sons, instrumentos e timbres. 

Em 1998, eu ouvi pela primeira vez uma cantora islandesa. Com olhos puxados e com uma voz bastante peculiar, eu me encantava por Björk. Escutei bastante o álbum Homogenic de 1997, depois veio Vespertine, Medula. Embora, muitos a entendem como uma figura maluca e complexa, eu sempre vi o retrato da arte como um todo, musical, visual, nos modos mais bonitos e amplos que uma expressão artística pode ter.

De lá para cá, muita coisa já ouvi, mas um grupo do Alasca eu destacaria nesse humilde post pós-programa. Me refiro ao PORTUGAL,THE MAN. A abertura do Wanderlust dessa quinta foi com esses meninos que vem de Wasilla, no Alasca, que até 2012, tinha 8.456 habitantes. Embora tenham assinado com a Atlantic Records em 2010, o grupo existe desde 2004. O bacana é que nas letras dos sons, eles gostam de frisar claramente a opinião sincera, nua e crua, sobre temas do cotidiano, sem florzinhas. O som que toquei hoje se chama Sleep Forever, uma beleza de imagem, de mensagem, de poesia:

"I just want to sleep forever
Never see tomorrow
Or lead or follow
I don't want to work forever
Know what I know
Or beg or borrow

Just like our mothers
Who gave us our homes
We'll be just like our fathers
And go out on their own
'Cause we are the colors
Of all that you see
We'll be just like our brothers
And take to the streets..."





Em entrevista para a Rolling Stone Brasil no mês passado, o baixista Zachary Carothers contou que o grupo estava muito contente em vir pela primeira vez para a América do Sul e participar da edição brasileira do Lollapalooza. Você sabe que muitas vezes, a imprensa coloca rótulos em muitas coisas, pois assim fica mais fácil de passar a informação adiante, tipo telefone sem fio, sabe? Nessa vibe de afirmar que os caras tem veia política, Zachary disse que não são mensageiros de nada, apenas colocam para as pessoas o que sentem. Mas o mais bacana foi sobre ter crescido no Alasca:


"Não tivemos muita influência externa de ninguém crescendo lá. Por isso nos sentimos tão sortudos de fazer isso, nunca achei que fosse viajar tanto assim. Não somos daquelas bandas que ficam enfurnadas do hotel, chegamos mais cedo, passeamos e vemos coisas, conhecemos pessoas".

A velha prática do wanderlust. 

Funciona. 

Inspira.
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