sexta-feira, 25 de abril de 2014

Joyeux anniversaire à Paris!


Cidade Luz, final de semana do meu aniversário.
"Pegar o trem às 6h30 da manhã na estação principal de Munique. Encontrar a Thalita na estação. Tirar dinheiro. Comprar uma água e um breze para não ter que gastar no bar do trem. Correr com a mochila para entrar no vagão certo. Não sentar no assento certo, porque um senhor já lê o jornal bem acomodado no teu suposto lugar. Sentamos em lugares que não eram nossos. O trem sai pontualmente. Comer o breze cheio de manteiga. Sujar os dedos, beber água. Ver o  dia amanhecer, nublado, na Alemanha. Cinco horas de viagem até Paris. O sol nascendo após passar por Stuttgart. Campos dos dois lados. Mais campos. Que tal abrir duas mini-garrafas de champanhe? Brinde. Gargalo com gosto da tampa de plástico. Cheiro de tampa de plástico. Bebemos até o fim. Puxei a mesinha, refiz as unhas. Cheiro de esmalte, sem borrar. Passageiros do trem descem, não se escuta mais alemão. Passageiros novos entram, não entendemos nada em francês. O sol brilha ainda mais. Nos aproximamos da região metropolitana de Paris. O trem chega na sua plataforma. Thalita manda mensagem para Jean-Edouard. Vamos ficar na casa do primo francês da nossa amiga querida, brasileira-francesa Marianne. Se ele não for legal? Ele já saiu do trabalho. 13h. Ele pergunta se já comemos. Ainda não. Nos espera com uma pizza. Mas se ele for chato, como vamos comer uma pizza, e na casa dele? Fizemos baldeação em dois metrôs. Os veículos são velhos, parecem pifar ao arrancar. Atrolho de pessoas. Fila para entrar e sair do vagão. Entrada e saída de estação não tem escada rolante. Thalita levou mala de rodinhas. Pagou pecados carregando a mala no braço, e eu a mochila, nas costas. Próxima parada Guy Môquet. O nome da estação onde fica o apê do Jean é de um jovem comunista francês que foi preso, durante a ocupação alemã na França, durante a Segunda Guerra. São umas quatro quadras até a casa do Jean. Chegamos ao apartamento. Havia um elevador minúsculo apenas para colocar coisas. Thalita decide colocar a mala ali dentro. Subimos as escadas e nada do elevador. Eu a espero em frente ao apê do moço. Ela desce e decide vir dentro do elevador com a mala. Campainha. Jean sorri. Cheiro de narguilé por toda a casa. Um gato fofo em cima do ar-condicionado. O vaso sanitário fica em outra porta, separado do banheiro. No quarto de hóspedes, uma mesa de bilhar. Jean é fanático por Mario Bros. Tem o Nitendo e jogos raros. Um querido. Fez mapa dos lugares que ele mais gosta porque insistimos. Era sexta de tarde.



Saímos desbravando o bairro. Algumas quadras e estávamos em Montmartre. Pegamos uma rua. Rua errada. Olhamos no mapa, subimos um grande lomba. Placa: Sacré Couer. Chegamos em cima do morro, onde fica a igreja e praça com a vista clássica de toda a cidade. Uma volta por dentro da igreja. Obrigada, anjos, chegamos. Descemos as escadarias, africanos nos atacam querendo amarrar pulseirinhas da sorte nos nossos pulsos. Uma caminhada pela  Boulevard Clichy. Sexy shops para os dois lados. De repente Moulin Rouge. De volta a sex shops. Entramos, olhamos. Não experimentamos. Que caro esse espartilho. Deixa pra lá. De repente 17h30. Temos que voltar, exposição de fotografia logo mais. Saímos às 18h30 para ver as polaroids do Bertrand, outro primo da Mari. O bar parece uma sala de estar dos anos 60. Vinho, comidinhas. Antiguidades, quadros, livros e mais polaroids com o cotidiano de Paris. Os queridos canadenses Aron e Gene. Se juntam franceses curiosos. O que fazem em Paris? Oi, não entendi. Um motivo para estar em Paris? Franceses curiosos. Agora franceses, canadenses, chineses, holandeses. Fim da exposição. Fome. Todos juntos por Quartier Latin. Todos procuram um restaurante. Finalmente, um. Bouef Bourguignon, vinho. Risadas. Vinho. Vinho. Cansaço. 0h, cama.

Sábado, 10h. Rua. Champs Elysees, à pé. Ponte Alexandre III, lembrança do cenário do fim de "Meia Noite em Paris".Jardim do Museu des Invalides. Frente do Louvre, Ponte dos Cadeados. Os pés começam a doer.Pausa para um café. Uma visita até a igreja de Saint- Etienne. Jardim de Luxemburgo, faltando 5 minutos para fechar. Thalita para em uma casa de queijos. Souvenir. No caminho, uma árvore gigantesca com livros pendurados. Reserva no restaurante Julien logo mais. Maureen, minha querida amiga francesa liga. Vou junto. Vamos virar o teu aniversário. Banho rápido, troca de figurino. Chiques. Próxima parada estação Strasbourg St. Dennis. Esperamos Maureen na saída da estação. Desencontro. Ligações. Ela está na outra saída. Vamos para a outra, não a vemos. Ela foi para a qual estávamos. Finalmente, o encontro. Alegria, carinho. Reserva para três, por favor. Sopa de cebolas, risoto de scallops com queijo parmesão, creme brulé. Tradicional, eu disse. A sobremesa veio com vela. Cantamos parabéns. 31 anos. O que fazer depois? É meu aniversário, temos que comemorar. Meu amigo mora aqui perto e faz uma festa no apartamento, não precisa levar nada, vamos? - disse Maureen. Claro! Bebemos duas garrafas de vinho. A rua está repleta de prostitutas. Maureen esquece o código da portaria do apartamento.  Pergunta a uma prostituta próximo à porta. Não se preocupe, eu abro pra você. Meu apartamento é aí dentro. Subimos até o terceiro piso. Uma sala minúscula, uma luz vermelha, música alta e um 12 franceses animados! Bebidas com morango, limão. Dancei Gustavo Lima, bêbada. A campainha toca. A música baixa.

- Quem é o responsável pelo aparamento? Eu, senhor. - Quero ver seus documentos. Temos que parar coma festa. Os vizinhos reclamaram do barulho. Outro diz:  não tem problema, vamos para o meu apartamento no primeiro piso. Entramos. Tiramos casacos, mantas, gorros.  A festa recomeça. Em 5 minutos, a campainha toca. - Quem é o responsável pelo apartamento? Eu, senhor.- Quero ver seus documentos. Acho melhor pegarmos os casacos e fazermos festa em outro lugar! Você está certa, Maureen. Como é que você dizia gay em português? Bai... ba... bai... Ah! Baitola? Isso, baitola! E como era puta? Putain! Isso, puitan! Hey, Thalita, você tá filmando? Estamos bêbadas, no meio da rua, dizendo essas coisas! Táxi, táxi! Nos leve para o Globo, por favor! Ah, tem fila na danceteria! Entramos na fila. Bêbadas. Banheiro. Não tem. Não aguento. Já sei, continua Maureen, vou arranjar uma festa que uma amiga minha está organizando. Não vamos ficar em fila, apenas entrar. Alô, alô! Hum... Ok! Estamos indo! Táxi, táxi! Para Champs Elysées, por favor. Danceteria chique. Sem fila. Sem ingresso. Dose do redbull com vodka = 17 Euros. Chão, chão, chão. 4h da manhã. Vamos embora? Quem falou o endereço para o taxista?

Um expresso. Café ao meio dia. Cura tudo. Macarons na Ladurée. De volta a 1862. De volta a 2014. Eu, com 31 anos e 200 euros no bolso. Um sorriso nas orelhas. Amizades para a vida. Meu aniversário, eu preciso ver a Torre Eiffel. Falta a cereja do bolo. Arrastando mala e mochilas pegamos o metrô. Entre nuvens, o sol vinha e iluminava a estrutura que ficou feito foto, registrada na minha cabeça. Romantismo. Charme. Clássico. Do pé da Torre fomos almoçar. Croque Madame, eleito o prato cara de Paris. Saliva. Cheiro. Abraços de despedida. Mais uma foto. Até mais minha amiga, Maureen. Não podemos nos atrasar. Metrô arranca com um barulho. Vai pifar. Não. Chegamos até a estação. Corre, é o último vagão! Sono, cinco horas. 23h  chegamos em Munique. Pegar o trem ainda para casa. 20 minutos até minha cama. Feliz cansaço, feliz sono".




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