segunda-feira, 27 de maio de 2013

A Cidade Baixa alemã



O festival StuStaCulum em frente a Casa dos Estudantes

Todo o lugar tem uma rua, um bar, uma praça, um bairro, onde se concentra a  maior quantidade de jovens por metro quadrado. Em Porto Alegre, a Cidade Baixa, é um dos meus cenários preferidos. Por ficar perto da Universidade Federal, nesse bairro reside grande parte dos estudantes que vem de outras partes do estado e do país. Com eles, as ruas ganham um astral diferente, pois trazem consigo toda uma vida cultural, cheia de iniciativas, conteúdos, música, arte e conhecimento, num choque positivo de vivências. 

Munique tem Freimann, uma “cidade” ao norte, conhecida por ter uma das maiores casas de estudantes da Alemanha. E no próximo final de semana, acontece a StuStaCulum, um festival –que já ocorre há 25 anos - de música, teatro e cultura organizado pelos próprios estudantes, justamente para comemorar os 50 anos de atividade da casa. Serão cerca de 100 atrações, desde bandas locais, workshops de dança, exposições, atividades para as crianças, teatro de rua e claro: festas! Tudo a módicos 5 euros.




Para amenizar a saudade da Cidade Baixa, a partir de quarta-feira estarei em Freimann. Farei um vídeo tomando chopp, comendo wurst com pão, esticada na grana, ouvindo uma boa música. Certo mesmo, é que nada substitui a cerveja na Casa Azul, as tardes na Redenção, o filme da tarde no Guion, o vai e vem na República e meu chimarrão querido. Ah, gurizada...



quarta-feira, 22 de maio de 2013

Me dá uma carona, aí?


Para ler ao som de "Route 66", no embalo do The Rolling Stones.




Pegar carona sempre combinou com a imagem daquele sujeito andarilho, sem lenço e documento, que cansado e sem um centavo, larga sua bagagem nos pés, e com esperança, aponta o dedão para alguma direção no acostamento da estrada. O cinema retratou essa cena diversas vezes e com maestria, fazendo despertar a vontade de por a mochila nas costas no instante seguinte, não é? Pois por aqui, a grande tendência é a carona, sim! Esqueça o personagem caricata das telonas, e pense em pessoas que aliam baixo custo e sustentabilidade. Assim, surgiu uma iniciativa que permite viajar sem depender da procura por empresas aéreas com vôos promocionais ou passagens de trem. Trata-se do site Mitfahrgelegenheit (que veio de uma iniciativa popular), que possibilita através de um cadastro, encontrar uma carona! Com preços super acessíveis, uma viagem de Munique para Berlim que custaria de trem, em média 120 euros, sai apenas por 30! Lá, você pode escolher os horários de partidas e retornos mais adequados e até pechinchar!




Diariamente, a plataforma tem uma movimentação de 1000 reservas, sendo possível não só guardar seu lugar num carro, mas também avaliar num sistema de classificação, se o usuário é confiável ou se o motorista é bom, por exemplo. É possível se registrar não somente como passageiro, mas também como condutor. Logo abaixo, coloquei uma foto publicada no site, na qual explica os destinos mais procurados e uma curiosidade: o público feminino é o que mais utiliza o serviço, sendo elas as responsáveis por 53% das reservas! Preciso dizer mais? Uma maneira fácil e segura de viajar, beneficiando não só o bolso, mas conhecendo gente nova! Menos poluição, menos congestionamento e mais diversão! Um site como este no Brasil, país de dimensões continentais e valores de passagens tão altos, não seria nada mal! Essa moda poderia pegar, começando por Porto Alegre! Lanço o desafio: em breve, eu pegarei uma carona e conto tudo aqui!




quinta-feira, 16 de maio de 2013

Fazer um vídeo e pedalar: será que vai dar certo?



Os que me conhecem sabem que não sou muito habilidosa. Para falar a verdade, até desastrada! Faz um tempo que venho planejando fazer vídeos sobre as ciclovias aqui de Munique. Porém, não gostaria de fazê-los de modo convencional, de forma que meu celular fique estático em um capacete ou na minha roupa. Sendo assim, fui praticar andar de bicicleta e filmar no ENGLISCHER GARTEN de Munique. Confesso que não me saí mal, mas é difícil não se distrair fácil com as belezas desse parque no coração da cidade! Não caí, mas foi por pouco...pode rir, eu deixo!


domingo, 12 de maio de 2013

A música não pode parar


Não estava nos planos sair ontem à noite. Mas como as experiências mais surpreendentes acontecem no improviso, eu me arrumei na última hora e fui assistir um show de música brasileira. E foi por um motivo especial. Há 14 anos, Munique realiza
A Noite Mais Longa de Música. Mais de 400 concertos, de forma quase simultânea, em diferentes regiões da cidade e nos mais variados estilos: rock, pop, latino, soul, funk, jazz, clássico e claro, samba.


Aconchegante e pequenino, o Café Unopiù fica na direção da minha escola de alemão, mas nunca havia desbravado aquele lado da cidade. No caminho, eu espiava pelas janelas de pubs, não menos convidativos, os mini castiçais em cima das mesas, pequenos públicos e palcos improvisados com sons intimistas, nos mais variados idiomas! Mas eu continuava o trajeto pela Lindwurstrasse farejando algum indício do tradicional batuque. E achei! Os meninos do Bem Brasil fizeram os gringos se mexer:



O grupo mandou bem e terminou de tocar às 3h da manhã! E eu, tive de esperar até às 5h15 para pegar o trem para casa. Cheguei com o sol nascendo, e com a roupa suada de requebrar! Eita!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

O blog no TVCOM TUDO+!


Perdeu a entrevista ontem à noite, sobre este blog, no programa TVCOM Tudo+ na TVCOM? Não seja por isso! Segue o vídeo do papo muito bacana com a queridíssima colega Sara Bodowsky. Matei a saudade de casa!

Assista:


quarta-feira, 8 de maio de 2013

"Vou jogar fora no lixo"


Para iniciar os parágrafos a seguir, assumo: pensei por dias se o leitor acharia importante. Afinal de contas, o gesto já se tornou usual no meu dia-a-dia e senti até...Vergonha. Uma vergonha alheia, sim, ao terminar o vídeo, no pé do post. Ainda na cozinha, ao jogar fora uma casca de banana, me chamei de tola. Mas quer saber? Leia, assista e conclua com suas palavras, como é jogar fora o SEU lixo. Se no Brasil o esquema é desordeiro, por aqui "o cesto",amigo, é bem mais embaixo. 

Até o ano passado, 65% de 1,3 milhões de moradores de Munique, reaproveitava os materiais descartados. É uma das cidades com um dos mais modernos sistemas de tratamento de lixo do mundo.Os resíduos não aproveitados vão para um incinerador e, nesse local, também se produz energia elétrica e vapor quente para aquecer uma parcela das casas. Para a construção de asfalto, se utiliza as cinzas do lixo queimado. Tão divino e maravilhoso, que não seria possível no Brasil, correto? Não!

Antes do „tranforma energia aqui“ e „aproveita dali“, acontece um gesto básico para o perfeito andamento dessa engrenagem. É e por causa dele, que a máquina funciona: a educação. Cada federação tem suas regras na separação do lixo. Em Munique, as embalagens, vidros, restos de comida e papeis são separados de uma maneira natural e de forma regular. Conversando com moradores, perguntei se faziam a separação para não correr o risco com alguma multa. Com espanto, a resposta foi a mesma: “Claro que não! A gente faz porque é a maneira mais correta, saudável, embora às vezes, um pouco estressante”. Claro, separar o lixo não é uma tarefa fácil e tão pouco impossível, quando se tem noção da quantia em dinheiro ali desperdiçada. Ao comprar um container para por na frente de casa, se gasta grana, se paga imposto e quem produz lixo demais, precisa sim, pagar uma taxa por "excesso".

Ocupado em maquiar obras públicas para eventos esportivos mundias, o Brasil também coloca para funcionar a sua engrenagem de terceira categoria: começamos pela sujeira do lixo misturado, espalhado e que entope bueiros em dias de chuva, lixeiros em condições precárias de trabalho, lixões, meia dúzia de iniciativas de reciclagem de lixo, que são vistas com preconceito pelo cidadão. Sim, o mesmo que começou a sujeira, mas não se julga responsável por nada, pois a culpa é sempre do vizinho. Enquanto não  houver seriedade ao oferecer educação para as pessoas, qualquer investimento por parte dos governos, não se tornará permanente, muito menos, eficaz.


sábado, 4 de maio de 2013

Verão chegando, vamos para Nymphenburg!



Fazer as malas, reunir a família, amigos, cachorro, papagaio e rumar para o Litoral. Quem não gosta? Pois a prática é antiga, caro leitor!  A Residenz, palácio que visitei e contei aqui no blog, tinha uma espécie de "extensão", um outro palácio para os dias quentes do ano! Porém, não era necessário congestionamento e "sete horas de Porto Alegre a Florianópolis". Localizado há uns 20 minutos do centro de Munique, o Castelo de Nymphenburg foi construído a partir de 1664, para que Henriette Adelaide, esposa do Eleitor (um importante dono de terra, que era reconhecido como um governante), Ferdinand Maria, pudesse aproveitar sombra e água fresca no verão. O casal convocou o arquiteto italiano Agostino Barelli e iniciou a empreitada. É uma das construções que mais concentra o estilo Barroco na Europa. No entanto, com o passar dos séculos, diversos reis, rainhas, imperadores foram donos desse palácio e, evidentemente, delegaram reformas para outros arquitetos e decoradores, como alemão Joseph Effner.



Sendo assim, em cada governo, houve uma construção aqui, outra reforma ali. E em destaque está a expansão de Nymphenburg no reinado de Max Emanuel, a partir de 1701. Cerca de 15 anos depois, resolveram adotar o estilo francês nos prédios, com a mãozinha do arquiteto italiano Enrico Zucalli. O Eleitor Karl Albrecht completou o complexo para o lado da cidade e na vez do Rei Ludwig I, uma das coisas que fez foi enfeitar o palácio com a Galeria das Beldades Mais Bonitas do Reino (sério! dá uma olhada no vídeo, lá embaixo). 




Foi em Nymphenburg que nasceu o rei mais popular da Bavária, o Ludwig II, carinhosamente, para muitos, o Rei Louco. Era uma cara simpático, que adorava conversar com agricultores, conhecer as regiões da Bavária e usava sua fortuna para o pequeno hobby de construir... Castelos! Dizem as más línguas, que a grana não saia só do bolso dele, mas isso é um papo para um próximo vídeo...




O quê?
Castelo de Nymphenburg
Como chegar? Trem 12, 16 ou 17, ônibus 51 Castelo Nymphenburg ou 151 Romanplatz
Aberto? 9h às 18h
Quanto? 6 euros apenas para visitação ao Castelo, mas vale a pena dar uma olhada nos combinações  para visitar espaços do Castelo. Pode sair mais barato!