domingo, 31 de março de 2013

Páscoa, quem não ama?


sábado, 30 de março de 2013

Uma tarde imperial

O frio de 5 graus me animou. Havia parado de nevar, hora de botar as botinas e sair por aí, descobrindo mais um pouco a cidade. Há dias que passo em frente a Münchner Residenz, perto do Teatro Nacional e prometo: na próxima vez, entrarei aí. Pois hoje foi o dia! A Residência de Munique é um palácio que foi casa de muitos duques e reis da Bavária, sendo considerado um dos maiores da Alemanha. É um complexo que abriga o Teatro Cuvilliés, a Casa do Tesouro Real, sala de concertos e até uma igreja! Tenho fascínio por teatros e por isso, o Cuvilliés foi o primeiro lugar que visitei. Abre suas portas às 14h e ingresso a 3 euros e 50. Valeu cada centavo! 



O teatro em estilo barroco foi projeto pelo francês François de Cuvilliés entre 1751 e 1755, e era para uso exclusivo da corte. Em função da 2ª Guerra Mundial foi quase todo desmontado, para não ser danificado, e após, remontando em outra sala da Residência que não foi bombardeada. Um lugar pequeno, aconchegante, que impressiona pela riqueza na mobília, acabamentos, detalhes.

Saindo do Teatro, entrei finalmente na Residência, onde prepare-se: você gastará boa parte da tarde para ver todo o complexo. Afinal, são dez pátios (claro, não vi todos!) e um museu com 130 salas. Na entrada, você pode deixar a bolsa e casacos em um guarda volumes e optar por receber gratuitamente aparelhos com tradução em alemão, inglês, espanhol ou francês. São essas maquininhas muito úteis que ajudam a entender a história de cada local e objeto, quando você digita o número que está em frente a uma sala, quadro ou monumento.


Tesouros

Seguindo o circuito de visitação, pois diante de tamanho espaço, se faz necessário um roteiro, você é convidado a passar para a Casa do Tesouro, onde estão coroas, espadas, utensílios, condecorações, quadros, louças, tudo com ouro, prata e imagine todas as pedras preciosas que puder! São pertences e presentes dados, ganhos, de diversas gerações de duques e reis da Bavária que por aquela Residência passaram.



Na foto, a coroa de uma princesa inglesa, logo na entrada da Casa do Tesouro Real



A coroa e joias que  pertenceram a Theresa, princesa da Bavária, uma mulher, que além de ser botânica, era engajada em causas sociais. Isso, em 1860 e lá vai...


As infinitas salas

A Residenz está divida em três espaços: a ala do Rei, onde fica a Praça Max Josef, a Residência de Maximiliano e a ala do Salão de Festas. Como muitos duques e reis viveram nesse palácio é natural encontrarmos estilos arquitetônicos distintos juntos, como por exemplo, o Renascimento, Barroco, Rococó e o Classismo.


Um dos quartos imperiais mais importantes, o do Príncipe Eleitor, preservado com sua mobília e utensílios originais


Quarto de princesa...


E mais quarto de princesa!

O Antiquário

Uma das mais antigas abóbodas renascentistas da Europa, esse espaço foi construído pelo duque Albrecht V , de 1568 a 1571, para colocar suas esculturas antigas, por isso o nome Antiquário. (E o Brasil, lááá na fase do descobrimento...bebê, bebê..)


A partir de 1581, o Duque William V e seu filho Maxilimiliano I o transformaram num lugar para celebrações, jantares e bailes. Os pratos utilizados nesses encontros ainda estão preservados numa vitrine, logo na entrada, que vale a pena conferir. Eles tem pinturas feitas a mão, cada um com situações específicas sobre a fé e criação do mundo.

Outro lugar de destaque nessa visita é o Salão Imperial, o mais importante de toda a Residência. Foi construído no início do século 17, pelo rei Maximiliano I, com pinturas que tem como temas glória e sabedoria. 


Por uns cinco minutos, eu fiquei sozinha no silêncio desta imensa sala e minha maior vontade foi a de sair rodopiando, com meu vestido imponente de cetim, joias raras, e um par de sapatos reluzindo, ao som da orquestra!


O quê? Müncher Residenz
Onde? Residenz Strasse 1
Como chegar? Trem U3/6, ônibus Museum linha 100 Odeonplatz, S1-8,
Bus 58 Marienplatz.

Horário: 9h às 18h.
Dica para ingressos: ao invés de pagar 3,50 euros para o Teatro Cuvilliés + 7 euros para a Casa do Tesouro Real +7 euros para visitar a Residenz, opte por comprar o ticket combinado de 13 euros, que permite visitar tudo.

A vida poder ser doce...

Mal desci na estação Marienplatz e bateu o arrependimento. Se não fosse a proteção do casaco, o vestido e as duas meias calça de lã que eu usava teriam me congelado! Péssima escolha para 5 graus! A única palavra que piscava na minha mente, feito placar florescente de motel era: capuccino, capuccino...Entrei na primeira loja que avistei e uma taça me aqueceu. E precisava continuar me sentindo assim, até os próximos três quarteirões, onde se localiza o museu Münchner Residenz, local que eu queria visitar.

Virei a tacinha e disparei. Cabeça baixa, as mãos no bolso do casaco, apertadas. Não queria sentir frio.Cada vez que eu olhava para cima, o ventinho batia e deixava meu nariz gelado e vermelho. Uma rua antes do meu destino final, olho para a minha direita e os avisto:



Um amontoado de gente estava na frente dessa vitrine! Quase não consegui fazer a foto! Também, não é para menos. A confeitaria artesanal Maelu é uma das paradas obrigatórias no centro de Munique. Desde 2003 no mercado, eles fazem doces e tortinhas muito especias, como a de baunilha, frutas e trufas de champanhe! Não resisti! Olhei a torta lilás.

- Do que é esta, moça?
- Se chama Provence e é de lavanda.
(Lavanda? De perfume, de creme, de cheiro para por no roupeiro? Eu pensei. Será?)
- Ótimo! Quero uma! Quanto é?
- 6,80. É para comer aqui, ou para levar? Se comer aqui, custará 1 euro.
- Não, eu vou levar. (Dei uma de mão de vaca.)

Aí, embalaram a tortinha para levar, assim:



Pensei: "Aí, mão de vaca, parabéns! Onde vai sentar para comer, como vai abrir esse pacote de presente, já com frio, mãos geladas, no meio da rua? Deus, uma cara legal, deu uma força. Não contei dez passos e vejo na minha direita uma galeria vazia, com várias lojas, sem ninguém no corredor e com música clássica ambiente! Não tive dúvidas. Olhei de rabo de olho para os lados, larguei a sacola e uma revista que eu carregava, nos pés, e abri o pacote. Ao som, literalmente, de violinos, eu abocanhei de uma forma... que afundei o nariz! Então...



...era uma vez uma tortinha de lavanda, com recheio de mousses de chocolate branco e negro e uma massinha molhadinha no champanhe na base! Anjos e clarinetes! O frio? Que frio?

sexta-feira, 29 de março de 2013

quarta-feira, 27 de março de 2013

Uma tarde para bater perna!

Foi pisar em casa para eu puxar com vontade as botinas que amassaram neve a tarde toda! Mulher gosta mesmo de andar, não é? E muitas vezes anda em círculos, nos mesmos locais, porque sempre esquece...esquece, aquilo...como era mesmo? E se não esquece, ela se distrai, se encanta com outras coisas. É o pão para o jantar, o algodão para remover o esmalte velho da unha, a conta no banco que precisa ser aberta... E se não há tantas coisas para resolver a gente sempre arruma. E depois,corre delas! Hoje acordei com vontade de bater perna, num dia mulherzinha. Me arrumei e ao sair de casa, dei de cara com a minha rua branquinha, bonita, geladinha.
Hoje foi a primeira vez que peguei o trem aqui em Baldham para ir ao centro de Munique. São 9 estações até chegar na Marienplatz, e isso leva em média uns 25 minutos, o que eu acho bastante tranquilo para quem dependia do transporte público brasileiro, precisamente, da única linha de ônibus que liga Gravataí (zona rural) e Cachoeirinha à Porto Alegre, a Transcal. Não tenho saudades daquela 1h45 minutos de viagem...

Mas, após trem para cima e para baixo, nas minhas andanças, vejo um burburinho na frente de uma vitrine. A loja, abarrotada. Algumas riam, outras pediam para experimentar, olhares com a interrogação "será que a moda vai pegar"? Sandálias com tachas, pontas, punk! E mesmo que a paisagem aí em cima não esteja ajudando, o verão por aqui logo está batendo na porta. 

Será que consigo me equilibrar nessa belezinha?



terça-feira, 26 de março de 2013

O Brechó.


Os que me conhecem sabem do meu amor pelo estilão dos anos 50 e 60. E vamos falar sério, quem nunca curtiu um acessório ou uma roupa antiga, até mesmo sem saber que era do tempo do Ariri Pistola? Pois uma de minhas andanças pelo centro de Munique me levou para a rua Tal, 30, precisamente, Kleidermarkt, um brechó que ocupa dois pisos e me deixou com olhos brilhando!

No primeiro piso, assim que se entra na loja, se vê casacos dos mais variados tipos, de lã, de pele, blazers, blusões de lã, e a medida que se anda pelos corredores, as roupas vão ficando mais leves, vestidos simples e para festas, blusinhas, saias lindas com estampas e qualidade que certamente não se encontram mais por aí. A essas alturas, eu já não sabia o que experimentar! Mas o bacana mesmo vem no segundo piso:


Um andar inteirinho com as vestimentas tradicionais alemãs, nesse caso o "Tracht" ou "Lederhosen". A roupa nos é bastante familiar aí no Sul do Brasil, por conta das nossas singelas Oktoberfests, se comparadas a realizada em Munique! Estes trajes identificavam classe social, de que região da Alemanha pertencia, profissão e até estado civil do sujeito! Aqui na região da Bavária, como não poderia deixar de ser, há uma maneira peculiar de vestir a Lederhosen, essa calça de couro com suspensório. Para acompanhar, blusas de linho ou lã, meias também de lã, grossas, e sapatos campestres. Já estou pensando em qual daqueles dois trajes da foto, será o meu lá em outubro...Vamos com calma. Por enquanto,avancei nos lenços para o cabelo!
A
 matriz da Kleidermarkt fica em Hamburgo e além da filial de Munique, também tem outra em Berlim.

Finalmente, em casa!




Ao contar meus planos de por uma mochila nas costas e voltar a estudar na Alemanha, a pergunta que mais escutei, naturalmente, foi "E onde tu vais morar"? A casa da gente é onde se recarrega as baterias, aquele canto para se sentir confortável consigo mesmo e por as ideias em ordem, não é? Ao chegar em Munique, fui para a casa de um casal de amigos, e após cinco dias em Ismaning, finalmente esta foi a primeira noite na minha mini casa em Baldham! Ou será Vaterstetten? Bem, a dúvida também é dos moradores. Na verdade, Baldham pertence a Vaterstetten, que é distrito de Ebesberg, com quase 22.300 habitantes. Se localiza na chamada "região metropolitana" da capital da Bavária.
O quarto que aluguei fica no subsolo da casa da Frau Därr, uma senhora viúva muito simpática, e que mora sozinha. Ao entrar na casa, um piano de cauda no meio da sala e uma coleção incrível do Der Spiegel, na estante em frente ao meu quarto, fizeram meus olhos brilhar! Mas isso é assunto para outro post...
Baldham e Vaterstetten são lugarejos práticos. O comércio, banco, drogarias, se concentram em avenidinhas próximas, assim como o meio de transporte mágico, o trem! Em 20 minutos de trilhos, tu já estás na MarienPlatz, o centrão de Munique.
Nevou a noite toda, feito aquela garoa fininha que incomoda nos dias cinzas porto-alegrenses. Quero ir ao banco, encontrar um bicicleta usada por 50 euros e ir ao mercado. Hoje, eu tomo coragem!


domingo, 24 de março de 2013

Alte Pinakothek





O sol, tímido. Lá fora, 3 graus e um ventinho desgraçado, de congelar a cara, a orelha, o pé. Domingo, tudo fechado e as ruas vazias. Dia de ficar em casa e curtir coisas boas. Uma delas, ir ao Museu! Somente hoje, a entrada nos museus estaduais da Bavária custa 1 Euro! Encarei o termômetro corajosamente e fui à ALTE PINAKOTHEK, uma das instituições de arte mais importantes do mundo. Surgiu em 1836, erguida pelo Rei Ludwig I e tem uma coleção fabulosa dos primeiros grandes pintores alemães, italianos e franceses, como Jan Polack, Grünewald, Rubens, Boticelli, Leonardo da Vinci, Rembrandt, tudo junto e misturado, e com um monte de gente contemporânea, que deixou os casacos na entrada do prédio para viajar numa tarde fria, no tempo...

sexta-feira, 22 de março de 2013

Coquetel de Sabugueiro



Prometo que a receita da Bárbara Brand posto logo! Bebida que faz as meninas ficarem felizes com Freixenet Prosecco!

Sem mapa, ja voll!




Não tem coisa mais gostosa do que colocar o mapa na mochila e sair andando como se estivesse perdido, não é? Fazer de conta que não se tem noção de onde se está (e muitas vezes, realmente não ter!), é um de meus prazeres e da metade da torcida mochileira do Flamengo, quando uma cidade é desconhecida! Sendo assim, ontem à tarde, entrei sem querer na avenida mais chique de Munique, a MaximiliamStrasse. É lá que estão as lojas da alta costura francesa, madames e cachorros fru-fru, e um dos hotéis mais antigos da Alemanha, o Vier Jahereszeiten, construído em 1858, no reinando de Maximiliano II. Na Primeira Guerra, foi ponto de encontro de agitações nacionalistas. Finalmente, na foto, e ao fim da avenida, o Maximilianeum, projetado em 1857, onde funciona hoje o parlamento da Bavária.

Boa música de graça!



Antes de ir para casa, ontem à tardinha me deparo com esse grupo tocando no meio da rua, em frente ao Fünf Höfe, um famoso shopping de Munique (não me pergunte como fazem para carregar esse piano de cauda para cima e para baixo!). Não perguntei de onde vinham, como surgiu, apenas...ouvi! Enquanto no Brasil pagamos caro por um concerto...nada melhor do que música clássica na calçada!

Ler e andar, andar...







Imagine cinco, seis andares de livraria onde se encontram todos os títulos que se possa imaginar, e o melhor: sofás vermelhos confortáveis para se escolher um livro e ali, poder ler o tempo que quiser! Assim foi a minha tarde desta quinta-feira na Hugendubel, a livraria mais famosa de Munique, localizada na Marienplatz, onde a cidade respira! Mas sabe o que é mais encantador? Os livros destaques nos estandes tem algo especial: dentro da primeira página, um marcador no qual pessoas, escreveram à próprio punho, seus sentimentos ao lerem aquela obra... Difícil é sair, depois dessa, sem nenhum livro! E é claro, a tarde fechou com um belo capuccino e uma torta clássica de morango, num friozinho de 4 graus!


Hora do almoço!


Quem consegue me achar abraçada num caneco de chopp de dois litros e com um naco de carne de porco com pão, aí no meio, levanta a mão! Passagem obrigatória no Viktualienmarkt!. Ps. Traga chá de boldo na bolsa!

A tarde foi tão difícil...


quinta-feira, 21 de março de 2013

Congelada!






E aí que fez um friozim de botar cusco (leia-se eu),a  bater queixo hoje à tarde na Marienplatz! Eis que conversando com um alemão no trem, ele sai com essa:
-Ah, 4 graus?Es geht schon!
(Como assim..."Ah, 4 graus?Já dá pra encarar!" Claro, pensei, para quem enfrentou -15...)

quarta-feira, 20 de março de 2013

Herzlich Wilkommen!


Foto: Christa Brand

Cheguei em Munique passando da 13h horas. Meu voo atrasou, mas foi motivo fraco para me deixar de mau humor. A viagem cruzando o Atlântico foi tranquila, exceto pela pequena passageira de três anos, que ao meu lado, tinha o rosto de um anjo e o espírito de uma bateria de escola de samba! Se dormi 20 minutos, considero muito. - Meu nome é Martina! Eu pensei: Tem certeza? A loirinha era do balacobaco! Nisso, comissários de bordo ofereciam mil lanches na tentativa de acostumar meu organismo ao fuso horário de quatro horas a frente, que estaria a minha espera. De Porto Alegre, para Guarulhos. De SP, segui para Lisboa. E finalmente, "ora pois", para Munique. Tirei até as botas para passar na imigração. E o policial queria meu creme facial da Natura.
- Senhorit, no é permtido o tranxport d cremix i spraix.(Como gosto do sotaque lusitano! )

Após atravessar o mar, e sem fechar os olhos, tudo foi compensado ao ver essas belezinhas me esperando. Tomar sorvete, brincar de casinha, pegar os filhos na escola. Meu primeiro dia na cidade alemã, mesmo com um tímido sol e friozinho no final da tarde, já iniciou com a alegria de uma brasileira danada,a Barbara Brand e o alemão mais brasileiro Florin Brand. Vimos Ana Lena fazer ginástica na aulinha que frequenta no ginásio público da cidade e Luís dar seu primeiro pulo sem os dois pés na cozinha, quando tomávamos chimarrão. Foi-se o jantar e as histórias de conto de fadas ao pé da cama da dupla. Agora, todos dormem..

terça-feira, 19 de março de 2013

E lá vamos nós!



 Frio na barriga, ao embarcar de São Paulo para Lisboa! De lá," ora pois", sigo para o destino final: Munique!