terça-feira, 30 de abril de 2013

Boa noite.



"Você precisa confiar que os pontos vão se conectar em sua vida. Você precisa acreditar em alguma coisa: na sua coragem, no seu Karma, no destino na vida, em alguma coisa sempre. Isto lhe dará confiança para seguir seu coração.Vai levá-lo para outros caminhos e isto fará toda a diferença".


sábado, 27 de abril de 2013

Um campo de concentração.


"O trabalho liberta". A inscrição, com tinta gasta, nas grades de ferro do portão de entrada de Dachau causam arrepios. E não é para menos. Para chegar até ele, fiz o exato caminho que pessoas de mais de 30 nacionalidades realizaram a partir de 1933 até 1948, rumo ao trabalho forçado, doenças, fome e morte. E ao cruzar o portão, iniciei a impossível tarefa de compreender qual o limite da loucura humana pelo poder. Nas conversas com minha mãe e tia, professoras de História, sempre falamos sobre Auschwitz. No entanto, eu mal sabia da existência do primeiro campo de concentração nazista do mundo, hoje chamado KZ Gedenkenstätten (Memorial Campo de Concentração Dachau).
Roupa usada por prisioneiros em Dachau. O triângulo vermelho distingue o grupo que pertencia o indivíduo, como por exemplo, o grupo que oferecia "perigo" político

Pequena e simples, Dachau é uma cidade que fica a 25 minutos de trem do centro de Munique, e foi nela que em 1933, Hitler resolveu executar seus projetos. Construiu no espaço de uma antiga fábrica, um campo de concentração no qual as pessoas deveriam trabalhar na construção de produtos bélicos. Muitas foram aprisionadas sem saber para onde estavam indo, jogadas, amontoadas, dentro de vagões de trem, por três dias, sem comer ou fazer suas necessidades biológicas. Outras, chegaram a Dachau à pé, após terem percorrido 125 quilômetros escoltadas por soldados. No início do aprisionamento, ainda existiam algumas condições para sobreviverem. No entanto, após 1939, a capacidade para 6 mil pessoas foi ultrapassada. Ao fechar suas portas, em 48, Dachau contabilizava 30 mil pessoas, que subnutridas, recebiam pequenas doses de refeição para ficar em pé e trabalhar. Quando muito doentes, os presos eram obrigados a ficar nus e cobertos por um cobertor, colocados em cima de uma carroça de madeira, levados para execução e finalmente, para o crematório (que tive o desprazer de mostrar no vídeo lá embaixo).


Vista do prédio, hoje Museu, para a entrada principal de Dachau

Ao chegar no Memorial (não se paga para visitá-lo), passei o portão e me deparei com  uma enorme construção principal. Ali, as pessoas produziam os produtos bélicos e hoje é um Museu. Ao chegar em Dachau, o preso era obrigado a vestir trajes de presidiário e deixar todos os pertences. Nessa sala, preservam uma mesa da época e as fichas de alguns presos, fotos, cartas para familiares. É comovente, porque ainda se lê a esperança nas palavras daquelas pessoas! Passei então, pelo local onde eles tomavam banho coletivamente e sofriam torturas. Uma mesa de madeira com uma chibata, originais, estão expostos. Em cada sala, há contextualização histórica da 2ª Guerra e seus personagens, como por exemplo, pensadores, artistas, cidadãos e trabalhadores poloneses, judeus, iugoslavos, austríacos, alemães e até japoneses, que ali sofreram, bem como os executores, desde soldados, comandantes até médicos, que adoravam fazer experimentos com choque e gás, além de novos vírus e bactérias, nos presos.

Logo atrás do prédio principal do Museu, há o primeiro "Bunker", ou seja, o primeiro presídio, onde colocavam os que tinham "má conduta". A maior parte das celas preserva as portas originais de madeira. As que não tem, há projeções de frases de presos nas paredes. Um deles diz : "Aqui fiquei oito meses, em cela escura, recebendo três copos de água por dia e um pequeno pedaço de pão". 

São tantos absurdos e sofrimentos registrados, inclusive no documentário de 20 minutos, que pude assistir com imagens da época, que se me perguntar o que eu destacaria, eu diria a foto da libertação, em 1945. Os que conseguiram sobreviver, se colocam em inúmeras filas para deixar o campo e todos...sorriem.




Eu não havia planejado fazer um vídeo (na entrada do Memorial orientam para não tirar fotos ou filmar, por isso em alguns momentos, falo baixinho), mas me obriguei, totalmente no improviso:




Para conhecer o KZ Gedankenstätten em Dachau, basta pegar a linha de trem S2 direção Petershausen. Ao descer na estação, caminhe até o ponto de ônibus, que fica super próximo e pegue o ônibus linha 726. Vai deixá-lo na frente do Memorial.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Minha mãe fala alemão, sim!



Infelizmente no Brasil, ainda há uma boa parcela da população que não sabe ler, nem escrever. Até setembro de 2012, cerca de 12,9 milhões de brasileiros eram analfabetos, segundo o IBGE. Na Região Nordeste, embora a taxa tivesse caído, o número ainda atingia o dobro da média nacional. Imaginei então, quantas mulheres brasileiras vivem ainda esta situação, assim como as razões para que o aprendizado não tivesse ocorrido no tempo certo. Talvez a miséria, a falta de oportunidades. E ao envelhecerem, outras prioridades vieram, seja por necessidade, comodidade e até, desmotivação. 

Em Munique, o projeto Mama Lernt Deutsch (Mamãe aprende Alemão) tem o foco não em alfabetizar mulheres alemãs (até porque o índice de analfabetismo no país é praticamente zero), mas para que mães estrangeiras aprendam o idioma. Por isso hoje, eu tive o prazer de passar a manhã com uma turma muito especial, na escola pública Max-Kohmspergergrundschule.


A iriana Asia se esforça para formular a frase em alemão. Falar curdo e albanês é mais fácil!

Nasrin, Asia, Ghuldaran, Hadeel, Hanifa... Mulheres do Afeganistão, Irã e Iraque, que vieram com seus maridos e filhos para a Alemanha, em busca de melhores condições de vida. A maior parte delas, sim, veio por razões de guerra, conflitos, leis do regime talibã que não permitem, por exemplo, que a mulher trabalhe. A maioria tem entre 27 e 33 anos e tem em média quatro, cinco filhos. Na aula, os exercícios de gramática e texto falam sobre as tarefas do cotidiano, o que a torna bem mais descontraída. Todas vão ao quadro e participam com motivação! E é claro, trocamos receitas! As moças adoram cozinhar!



No intervalo, fui até o Kindergarten (jardim de infância), que fica num prédio ao lado da sala onde estávamos. Visitei a turminha na qual os filhos dessas mulheres estudam (sim, eles tem aula no mesmo período que as mães!). Shukran, a professora também de originem árabe (com a camisa xadrez), aprendeu a falar alemão em nove meses! Já mora no país há 16 anos e ama o que faz! Ela cuida dessas belezinhas comunicativas e sapecas: Maria, Heilin e Mussa. Maria, de origem palestina, Heilin, albanesa e Mussa, também da Palestina. Cantaram, sorriram e fizeram pose para foto:


Ao retornarmos para sala de aula, trocamos mais experiências sobre nossos países. Foi um daqueles momentos que pensei: " Nossa, como eu tenho uma vida MUITO bacana...". Alguns se perguntam como essas mulheres, que estão há tanto tempo por aqui, ainda não conseguiram falar em alemão. Julgar, com que direito? Elas podem ainda não falar o idioma, mas agora isso é questão de tempo! Desejam também uma profissão, uma vida, só delas. São mães zelosas, que se esforçam para aprender não só a ler e a escrever, mas a conviver com uma outra cultura. Uma tarefa nada fácil, quando se muda de país não por opção, mas por obrigação e com o coração preocupado em proteger a família e não deixar morrer seus sonhos.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Conheça a Schaustelle!

Visitando outro dia o Museu Brandhorst, conheci ao lado dele e da Moderna Pinacoteca, a Schaustelle, uma instalação artística muito simples, mas que serve de espaço para exposições, encontros e claro, para curtir com a família e amigos. Assim, quem não sabe que a Moderna Pinacoteca está fechada, não sai de lá sem conhecer um lugar bacana, pois fica bem ao lado mesmo! 

Achei a ideia um barato e penso que várias cidades do mundo, como a minha, por exemplo, Porto Alegre, poderiam ter uma instalação dessas, bem nos seus centros históricos. Já imaginou na Usina do Gasômetro,  na Redenção, ou na Praça da Alfândega? Seria bacana demais!



 Para chegar na Schaustelle é bem fácil!Pegue as linhas de trem U2, U3 e U6 e desça nas estações Odeonplatz ou Universität. Barbada!Não abre na segunda e na terça-feira.

terça-feira, 23 de abril de 2013

A arte de educar




As histórias de vida mais interessantes sempre são ouvidas sem querer e quando a gente menos espera, não é? Em razão de um resfriado minha professora hoje, não deu aula. Sendo assim, ela foi substituída por Monica Hoch, uma professora de 64 anos, daquelas que você não quer que pare de contar suas experiências!Por ser uma apaixonada por línguas, se descobriu na profissão de educadora há uns 20 anos. Morou na Índia, adora a Itália, lembra com saudade de amigas queridas de Curitiba e Blumenau e por isso, deseja em breve conhecer o Brasil, principalmente a Bahia.

Aprofundamos não somente nos pronomes reflexivos, mas também escutamos com atenção a grande reflexão, traçando um paralelo entre o modo alemão de viver a vida e os países da América do Sul, África e a própria Índia. Monica nos contou sobre os perrengues de dar aula em três instituições diferentes para a renda ser suficiente, e poder morar numa cidade cara como Munique, uma vez que aqui o professor é como um profissional autônomo, tendo contratos por alguns períodos. Ficar doente é algo impossível, pois ao ser substituído, ainda que por um dia, corre-se o risco de perder o emprego ao retornar. Juro que vi minha mãe e tia, que são professoras de História, contando e queixando-se das mesmas situações falhas na educação no Brasil. Aqui, Monica conta que já foi abordada várias vezes com a pergunta: "Você vai dar aula até quando"? A sua resposta é sempre a mesma: "Até quando eu tiver forças e vida para entrar em sala de aula"!

E o amor pelo que faz se retrata em um projeto no qual faz parte, chamado Mama lernt Deutsch (Mamãe aprende Alemão). Monica educa mães que, por diferentes razões, estão na Alemanha, muitas do Afeganistão e países que sofrem com guerras (uma delas, por exemplo, fugiu para cá com seus nove filhos). Como o marido precisa trabalhar, elas por sua vez, cuidam da casa e das crianças, que frequentam a escola. Consequentemente, só em casa, elas não aprendem a ler e a escrever (quando trabalhei como babá, conheci uma família de Kosovo, que morava há 20 anos na Alemanha e as mulheres falavam muito mal alemão, apenas albanês, pois não saiam de casa). Sendo assim, Mama lernt Deutsch é uma oportunidade de devolver autonomia, melhorar autoestima e tornar essas mulheres mais felizes, pelo simples fato de poderem ajudar seus filhos com o tema de casa!

Gostei tanto de tudo isso, que na sexta-feira vou até a escola onde Monica trabalha para conhecer essa mães de perto. Prometo contar tudo aqui!



domingo, 21 de abril de 2013

Um museu para chamar de seu

Eu e o Museu Brandhorst: já se tornou o meu preferido!


Além de construções antigas, lindíssimas e ainda preservadas em suas ruas, Munique tem um complexo de Arte bem interessante: as pinacotecas. São a Velha, a Nova, Pinacoteca Moderna, Sammlung Schack (um lugar com importantes trabalhos de pintores alemães no século 19) e o Museu Brandhorst, o qual tive o prazer de conhecer hoje à tarde. Como já contei aqui no blog, domingo a entrada de todos os museus estaduais custa 1 euro.

Mas falando no Brandhorst, ele começou a fazer parte deste complexo de museus, chamado Kunstareal, em 2009 e logo desperta a atenção de quem passa ao seu lado porque é uma construção quadrada, com acabamento de 36.000 pedaços compridos de cerâmica, em 23 cores diferentes. O casal, Anette e Udo Brandhorst foram os idealizadores do museu. Eles tinham mais 1000 trabalhos de arte de artistas dos séculos 20 e 21, entre quadros, desenhos, esculturas. Eles focaram nas obras de artistas americanos, desde os anos 70. Por isso, hoje conheci obras como as de John Chamberlain, Dan Flavin, Cy Tombly e me deliciei com Andy Wahrol! São mais de 100 obras do pai da Pop Art, a maior coleção na Europa.

'O Martelo e a Foice', pintado em 1977 por Wahrol, e que está na entrada do Brandhorst

A visita ao complexo Kunstareal é imperdível. Seria injusto citar um museu e não outro. Vá, e visite um por dia. Assim é possível degustar a arte e a história, aos pouquinhos. Os museus ficam abertos geralmente a partir das 10h, 12h até às 20h. Quanto aos dias de funcionamento, alguns não abrem segunda e terça, mas coloquei o link de cada um deles no nome do museu, aí em cima. Para chegar, pegue as linhas de trem U2, U3 e U6 e desça nas estações Odeonplatz ou Universität. Barbada!

E na quarta feira...

...tem vídeo novo no blog! Vou mostrar uma instalação artística agradabilíssima e nas alturas, a Schaustelle! Não perde!

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Um mês em Deutschland!



Dez anos depois, cá estou outra vez e quais motivos, além de aprender uma nova língua e cultura? Para muitos, nenhum país consegue ser melhor do que o seu, do que a sua casa. Estar no meio dos seus, pode ser mais fácil. Os lugares, as pessoas, as histórias. No nosso bairro arborizado temos a memória e o passado a nosso favor. Ou não. Enquanto muitos fecham as malas com a saudade transbordando nos olhos, outros nem sequer acenam para trás. Desejam esquecer a vida compartilhada com o abandono, com a miséria. Milhões de pessoas cruzam os céus de continentes com sonhos na bagagem: indianos, brasileiros, turcos, espanhóis, franceses, italianos.

Há exatamente um mês, eu colocava a mochila nas costas e sentia rodopiar o frio na barriga rumo à Munique. Me preparava para enfrentar a nova realidade e começar do zero. Por mais que se conheça outra cultura, as surpresas de uma viagem nunca se bastam. Tudo é novo, de novo. Há dez anos morei neste país trabalhando como babá, porque assim como no Brasil, as dificuldades e consequências de se ter filhos são muito semelhantes às nossas. Não que a mulher alemã seja independente demais para não querer ser mãe. Ela é pressionada a optar. Daí, os baixos índices de crianças por casais. Vagas em jardins de infância públicos são um verdadeiro tesouro, difíceis de encontrar.  E se tiver que pagar, prepare-se para uma média de 600 euros por mês para seu filho ser cuidado 6 horas diárias. Caso contrário, a escolha é morar perto da família, avós, principalmente.

Contratar uma babá alemã, com carteira assinada é muito oneroso. Sendo assim, os programas de intercâmbio são uma boa saída para casais e também para jovens, que corajosas, optam por uma aventura de alta responsabilidade! Ainda hoje, a minha professora de alemão, Andrea, perguntou: “E qual foi a razão de você escolher a Alemanha”? Respondi que além da oportunidade que passou, a minha vontade de topar um desafio quando eu tinha 20 anos deu o empurrão. E foi uma das melhores escolhas da minha vida mesmo sem saber, na época, dizer  qualquer palavra no idioma. Talvez aí, estivesse a motivação. Viver no Brasil não é melhor do que viver na Alemanha. E viver na Alemanha, não é melhor do que viver no Brasil. Mas pode ser apaziguador em alguns aspectos:

*Palavras de gentileza fazem não só a diferença, como são parte do dia-a-dia. Na padaria, no trem, na escada rolante, quando todos sempre se colocam à direita, em fila indiana, para deixar a passagem da esquerda livre para os que estão com pressa:  dizer “Bom dia!”(Guten Tag!),  “Por favor” (Bitte schön), e “Obrigado!” (Danke schön), é, realmente, essencial;

*Bicicleta aqui é meio de transporte! Todos tem uma, desde a senhora aposentada e seu neto, até o empresário, que muitas vezes, vai para o trabalho pedalando. A cidade está repleta de ciclovias por todos os lados  e se não tiver, o ciclista sabe que se ele tocar o sino no guidon, o pedestre ou motorista o deixarão passar, seja na faixa ou na calçada. Os ciclistas são pacientes e tem bicicletas sinalizadas com farol, sino, espelho e a maioria anda sem proteção, porque todos os respeitam;

*Saber que há um sistema eficiente de segurança pública e com isso, poder andar despreocupada na rua, às 22h30, mesmo sem ter uma viva alma nos arredores. O mesmo quando se entra em restaurante lotado, com tempo frio no lado de fora, e você se obriga a tirar o casaco e deixá-lo pendurado na entrada do estabelecimento, em um local apropriado. Ninguém encosta na sua roupa!

*Estar no país referência mundial em cerveja e até agora ter contado apenas duas propagandas na rua, que advertem o cidadão que beber não é uma boa , nem com direção, nem mesmo em demasia com os amigos ou com a namorada. Se beberam, eles voltam de trem, de táxi ou com o amigo que não bebeu;

*Cada ginásio municipal, e pode ser o de uma micro cidade, oferece uma programação de esportes gratuita para crianças e adultos. Ou seja, no turno inverso ao da escola, duas ou três vezes na semana, as crianças a partir de três anos fazem ginástica e brincam acompanhadas de suas mães. Artigos esportivos são baratos, desde tênis, sapatilhas para escaladas. Há piscinas públicas também. A ordem é se mexer!

*A Bavária é um dos estados mais conservadores da Alemanha, mas as pessoas jamais olham ou sequer apontam para punks, gays ou seja lá o credo;

*Além da faculdade, há uma série de possibilidades de estudos diferentes. Os cursos técnicos são muito bem quistos e aceitos no mercado. O advogado, o médico, o açougueiro, o bombeiro, o encanador. Todos são respeitados por suas profissões e desde criança se aprende o valor de cada uma delas. Aqui, todos estão todos juntos nos livros de histórias infantis!

*Ótimos livros custam entre 2,99 e 10 euros. Orquestras Filarmônicas se apresentam de graça e ao ar livre;

*Atualmente, viajar pelo país, nem de trem, nem de avião. Você se cadastra em um site onde procura pessoas que estão indo para o mesmo destino e divide com ela, os gastos do trajeto, sendo você um empresário ou estudante. Ao invés de pagar 120 euros para ir à Berlim, você paga 30 e conhece pessoas novas e de diferentes idades;

*Não há jeitinho para nada: nem para comprar bilhete de trem (nem para entrar nele! Cada um respeita a sua vez de entrar no vagão!), nem para arrumar um emprego, nem se gritar o alarme da porta do supermercado sem querer, nem para pegar um ônibus. Se a água custa 99 centavos e você deu a moeda de 1 euro, a pessoa que estiver no caixa lhe dará um centavo de troco e não em bala de goma;

*É possível usar o banheiro de um grande centro de compras, como um shopping, de graça, mas TODOS preferem deixar uma moeda para a pessoa que fica na porta e mantém o local limpo e organizado;

Ainda que aqui ocorra casos isolados de criminalidade, que na época de Copa do Mundo se tenha construído, sim, mais estradas e estádios de futebol do que jardins de infância, e feito investimentos irrisórios na área da saúde, que é caríssima, que  desvios de dinheiro ocorram em algumas situações, a grande diferença entre os dois países está em uma única palavra, semelhante em ambos idiomas: EDUCAÇÃO, EDUKATION. 

Se trata de bem viver com dignidade, tendo essa palavra como base para qualquer ação.Os poucos aspectos que lembrei de escrever (porque há mais), não dizem respeito ao poderio econômico ou fazem distinção de nomenclatura “desenvolvido e subdesenvolvido”. Me refiro ao que todo ser humano tem e necessita, em sua essência: valores. E isso, pode ser que se aprenda com o passar dos anos, se meu país tiver qualidade de vida, bem estar e a educação do seu cidadão como prioridades. Caso contrário, sentirei sempre saudade do Brasil do futuro, que nunca chega. Enquanto isso, eu ainda continuo a buscar essa tal palavra em algum canto do mundo, por aí...

segunda-feira, 15 de abril de 2013

Borat, joelho de porco e outras cervejas!



O tempo na tarde deste domingo estava especial, convidativo. É o primeiro final de semana no qual, finalmente, se pode dizer: "Primavera"! Temperatura de 23 graus, céu azul, sol brilhando e uma brisa. E quando o clima ajuda, nada melhor do que curtir o English Garten, o Jardim Inglês, bem no coração da cidade. Ao me deparar com o espaço gramado imenso e todas aquelas pessoas tomando sol (algumas nuas!) e fazendo piquenique, senti como se estivesse em casa, indo para o Parque Farroupilha, a Redenção, em Porto Alegre, minha cidade. Os lugares tem astral semelhante (menos as pessoas nuas, heheh)! Tirei as botinas, estiquei meu casaco, deitei e ouvindo um som, contava as nuvens passando devagarinho... e a sede aumentando! Resolvi então, ir até o incrível Café Tambosi, um bar e café que funciona desde 1822 e fica estrategicamente posicionado para o sol, no Odeonplatz, pertinho do English Garten. O pedido:


Bebi meio litro de Augustiner, cerveja típica da Bavária, que caiu como uma luva! Porém, ao continuar a caminhada, naquele sol, a sede continuava. Decidi tomar mais uma pequena cerveja no Hofbräuhaus, por onde já andei e contei aqui no blog. Havia lugar em uma mesa comprida. Sentei na ponta, pedi minha cerveja e no meu terceiro gole, cinco homens pedem permissão para sentar ao meu lado: três de Istambul e dois do Cazaquistão, funcionários da Volvo, que estavam a trabalho na cidade. E isso é muito comum acontecer no restaurante, uma vez que os lugares são disputadíssimos!

Entre risos, a conversa, sobre Borat, futebol, trabalho, cerveja, as belezas de nossos países, era em um inglês com acento forte e enrolado. Às vezes, as frases saiam em inglês, em russo, em turco, mas na hora do brinde, todo mundo se entendeu. E foram uns seis! Enquanto os pedidos dos jovens senhores foram modestos, caro leitor, eu, que já estava com fome, matei minha curiosidade e meu estômago, com o famoso joelho de porco, com molhinho natural (leia-se boa parte da gordura natural do bicho), e o famoso bolinho de batata bávaro (em alemão, o prato se chama Knusprig gebratene Schweinshaxn in Natursoße mit Reiberknödel):





O garçom que nasceu em Kosovo, entendia turco, mas falava alemão, custou a trazer meu pedido. Com os cabelos emplastados de gel e pinta de Don Juan, piscava em minha direção com rabo de olho para pedir desculpas. Meus novos amigos de mesa gritavam: "Atenda a moça bonita e deixe os velhos da mesa ao lado"! Educados, nos despedimos e eles foram embora. Sozinha na imensa mesa, fiquei terminado o rico prato que me rendeu um convite para conhecer a Turquia, uma nota do Cazaquistão que vale 1 euro, e...




...três canecas de chá verde e um Dorflex.
-Vamos tomar uma cerveja e comer um joelhinho de porco? 
-Hoje não, obrigada!

sábado, 13 de abril de 2013

Sol e parque!


O sábado foi para se estar na rua, em Munique. Ruas cheias, estabelecimentos, museus, crianças, turistas, sorvetes. A temperatura agradável de 13 graus, sol entre nuvens e pequenas pancadas de chuva, fez o povo tirar os casacos um pouco mais leves do guarda-roupas, finalmente! Aproveitei o bom clima e fiz um mini vídeo sobre mais um lugar legal para se conhecer na cidade, o Hofgarten, um jardim bonito que fica ao lado da Residenz:




Para chegar ao Hofgarten é bem fácil. Você pode pegar as linhas de trem U3 e U6 e descer na estação Odeonplatz. Pegar o ônibus Museum Linha 100 Odeonplatz. Se você, assim como eu, gosta de uma pequena caminhada,basta descer na estação Marienplatz e seguir a pé pela Theatinerstrasse ou Residenzstrasse. Levará uns 10 minutos!

sexta-feira, 12 de abril de 2013

Hoje é sexta-feira!

Hoje é minha folga do curso de alemão e por isso, dia de passear! Comecei por um bom prato de massa à carbonara, na companhia do meu amigo Florin Brand. Para a minha surpresa, fomos atendidos por duas brasileiras, que são as donas do pequeno restaurante, aconchegante e que fica pertinho da Oberangerstrasse. Não, eu não tirei foto do prato lindo de pasta porque fiquei com vergonha de mostrar para você, querido leitor, o quão sou pequena, mas minha fome, gigante! Após o almoço, Florin me apresentou a Schrannenhalle, um espécie de mercado chic e coberto (que fica pertinho do restaurante), onde é possível encontrar vinhos, queijos e iguarias a preços nada módicos para se consumir diariamente. Mas não resisti a um Florentiner, um doce muito comum aqui no Sul da Alemanha, principalmente no Natal, que se resume a uma massa de amêndoas e nozes, em cima de uma base de fininha de chocolate!


Coma barriga estufadíssima, sai da Schrannenhalle e fui visitar ali ao lado, o Münchner Stadtmuseum (Museu da Cidade de Munique), um espaço numa construção bastante antiga, com quatro andares e que abriga diferentes expressões de arte. No térreo a exposição temporária Typisch München! faz uma reflexão desde quando e como as coisas da cidade são típicas, quais motivações, as razões. Saí surpresa e entendendo muitas situações que já vi ou ouvi na rua!

Ao subir uma escada de madeira me deparei no segundo piso com a exposição Geschmacksache, um passeio delicioso na moda da Alemanha dos anos 70, começando pela alta-costura! 


Além de vestidos (inclusive um Yves Saint Laurent, 1972!), roupas e acessórios extraordinários, assisti um vídeo muito bacana no qual jornalistas, artistas e personalidades contam suas experiências com a moda naquela época, como por exemplo, a luta das mulheres pela emancipação e principalmente, o de usar a minissaia do tamanho que quisessem! E a pioneira em levar informação de moda para mulher alemã e ter editoriais diferenciados foi a Madame:


No piso seguinte e na mesma época, realidades paralelas: mergulhei em Wem Gehört die Stadt? (A quem pertence a cidade?), uma exposição sobre as manifestações estudantis em 1968, com ideais socialistas e que movimentaram com bastante força Munique. E estica até os anos 80, com destaque para o programa de rádio Zündfunk, na rádio Bayern 2, um dos primeiros a misturar música e boas entrevistas sobre política.


E para finalizar, a exposição Deutschland in frühen Photographien 1840-1890 (Alemanha em antigas fotografias), com imagens fantásticas de diferentes cidades alemãs e retratos anônimos, feitos por grandes fotógrafos do século 19. O mais impressionante é que muitos dos lugares que vi ali registrados, acabei de passar por eles, da mesma forma, antes de vir para casa!


Munique, 1855. Aquela torre mais pontuda é a da igreja St. Peter, onde há uma semana, subi para fazer o primeiro vídeo do blog. E depois dessa maratona cultural deliciosa, me diga como a tarde terminou?


Prost!!!

quinta-feira, 11 de abril de 2013

E o trem atrasou...5 minutos!


Hoje a quinta-feira amanheceu nublada e com chuva, aqui em Munique. Ainda estou entrando no ritmo da minha primeira semana de aula e portanto, para chegar com tempo na escola, costumo pegar o S4 Geltendorf, linha que passa na minha estação 11h53, pontualmente. Com certeza, a fama de "corretos" dos alemães não é para você nenhuma novidade. Porém, as pequenas situações do cotidiano ainda sim, me surpreendem.



O meu trem hoje atrasou. Há quase um mês moro na cidade e isso ainda não havia acontecido. Mas hoje, foi o dia. Às 11h51, o sistema de som anunciou: " Senhores passageiros, o trem S4 Geltendorf atrasará 5 minutos". Os suspiros foram coletivos e as caras da impaciência, nítidas. Eu ouvia (e ria comigo mesma): "Onde já se viu uma coisa dessas"?, " Como assim, atraso de 5 minutos"?

A Die Bahn é uma das empresas de transporte ferroviário mais eficientes da Europa, embora com toda a sua pontualidade na prestação de serviços, os alemães pensem que ainda deixa a desejar. Certo é que nunca falha. Quase nunca. Esta aí, a insatisfação.

Agora, me diga você: como é no Brasil?

quarta-feira, 10 de abril de 2013

Fome? Corre para o Viktualienmarkt!

No segundo episódio da minha saga por Munique, vou mostrar um dos lugares mais tradicionais e visitados, quando o assunto é matar a fome e beber uma cervejinha! Cercado de açougues, cafés e padarias, o Viktualienmarkt é um grande mercado a céu aberto, repleto de estandes, onde você pode encontrar todas as iguarias possíveis, queijos, vinhos, frutas, verduras diferentes e o clássico Leberkässemmel, a minha opção de lanche (levinho...) para a tarde. É um sanduíche com carne de porco (processada, pois utilizam diferentes cortes e temperos) e molhinho de mostarda, doce ou apimentado. Aí, a escolha é sua! Impossível não ficar com água na boca! Além disso, ainda tem um Biergarten, que já imagino no verão...Lotado! Assista:


terça-feira, 9 de abril de 2013

E começam as aulas!


Hoje foi meu primeiro dia de aula no curso intensivo de alemão, na Deutsche Akademie. O frio na barriga em conhecer um novo ambiente é o mesmo, desde que comecei a frequentar a primeira série do Ensino Fundamental: a sala de aula, os colegas, o mestre. Não há sensação tão gostosa e parecida! Porém, começar um curso de idiomas pode ser ainda mais especial. Aprecio muito a possibilidade de aprender outra língua todos os dias, e com ela, também conhecer pessoas de diferentes cantos do mundo, que pelas mais diversas razões e histórias de vida, estão morando na mesma cidade que você. Juntos, temos Índia, Hungria, França, Itália, Espanha, China, Polônia, África do Sul e Brasil!



Na próxima foto, prometo apresentar a profe querida Andrea Strauss, que fez questão de tirar o retrato. Ah, claro, a pergunta que você de estar se fazendo: como conseguem se comunicar? Em alemão, lógico. Quando a coisa aperta, em inglês e quando fica ruim, mesmo, corra para a mímica! Porque nossas diferenças, sempre descobrimos nessas situações, se resumem somente ao idioma. O resto...

segunda-feira, 8 de abril de 2013

O primeiro vídeo a gente nunca esquece...

Após passar o final de semana decifrando os mistérios da qualidade de downloads, formatos e ideias, finalmente posto aqui o primeiro vídeo deste blog (bem informal e simples)! Com vídeo feitos por iPhone, minha ideia é compartilhar com você, um pouco do meu dia-a-dia e cantinhos de Munique, essa cidade alemã tão querida! Quero somar as minhas experiências como jornalista, cantora, apaixonada por histórias e lugares, com a sua e a minha curiosidade!
E comecemos por uma das vistas mais bonitas do Centro: a igreja St. Peter ou Alter PeterAlém de ter uma arquitetura lindíssima, a sua torre oferece uma vista panorâmica inesquecível de Munique. Após subir em média 13 andares, a recompensa ao final é inacreditável! Quer ver? Clica aí:


O quê? Torre da Igreja S. Peter, uma das vistas mais bonitas de Munique
Quando? No horário de verão, está aberta para visitação das 9 às 18h30.
Ingresso? Adulto - 1,50 e estudante - 1 euro

quinta-feira, 4 de abril de 2013

O Muro...Para escalada!


Há uns oito anos, meu querido amigo Lie Pablo me apresentou a escalada esportiva. E consequentemente, meu instrutor Orlei Jr. e a Mundo Vertical, uma empresa em Porto Alegre, que ministra cursos e saídas "de campo" para escaladas em rocha, lindíssimas! 

Com o tempo, e por conta de bolhas estarrecedoras que minhas sapatilhas desconfortáveis causavam (um número menor do que eu calço! Até um martelo eu coloquei dentro para ver se...folgava), fui relaxando e abandonando a prática. Porém, nunca é tarde para fazer o que se gosta e que por razões bobas, a gente vai deixando, deixando. Pois ontem, eu disse "Basta!", e comprei sapatilhas finalmente macias, nas quais meus dedos respiram, se movem! E estava determinada: minha quinta-feira será no muro!

Munique tem dois locais que são referência em escalda indoor (em lugares fechados), na Europa. O DAV Kletter e Bolderzentrum, que fica mais próximo do centro da cidade, e pertinho da minha casa e do Ostbanhof (Estação Oeste de trem), o Heavens Gate, lugar que tive o prazer de conhecer hoje:




Lá, é possível escalar bolder (paredes mais baixas, que não necessitam segurança, pois tem colchões fofos), e também paredes altas. Para essas, há instrutores. Na entrada do prédio, um Café bem aconchegante. Há um caixa onde se paga a diária para escalar e se preferir, você pode alugar tudo: cadeirinha, corda, sapatilha, além de ter a possibilidade de comprar esses equipamentos novos e usados. Eu paguei 10 euros e 90 (5,90 pela diária para escalar + 5 euros pelo aluguel do armário no vestiário, sendo que ao final da escalada, eles devolvem esses 5 euros).

Fui para escalar bolder, afinal queria estrear a sapatilha nova! Na hora, me dei conta que não tinha mais meu saco de magnésio, a bolsinha que todo escalador carrega com aquele pó branco para passar nas mãos e não escorregar. Voltei para alugar, mas para minha surpresa, eles emprestam!




Resumo da tarde esportiva: comecei não conseguindo nem arrancar da saída de várias vias, e terminando naquelas que crianças de 12 anos "brincavam", acompanhadas dos gritinhos de apoio das mães (e certamente por ter incentivo para o esporte, ao chegarem nos meus 30 anos, já estarão escalando com a facilidade de quem anda de bicicleta)! Aqui escalar é como jogar futebol, fazer natação, brincar no parque com os amigos: pais, mães, jovens e crianças praticam, juntos!



Não faz mal. Extravasei energias, coloquei os pensamentos em ordem, vivenciei meus limites e a tal resistência... que vai melhorar! Resultado: dores nos braços e a certeza que segunda-feira que vem, eu estou lá, assim, arranhando esmaltes...

quarta-feira, 3 de abril de 2013

A Musik dos guetos da Marienplatz


Imagine se um dos prazeres desta jornalista e cantora que vos escreve, não é ouvir músicos de rua? Cada vez que escuto um instrumento ou alguém cantando, dou um jeitinho e me aproximo. Não é à toa que uma de minhas bandas preferidas é o Playing For Change, um projeto formado apenas com músicos de esquinas. A Marienplatz, praça no coração de Munique, é um dos lugares que mais se concentram artistas anônimos. E são despretensiosos, carismáticos e encantadores, como poucos músicos que hoje estão diante dos holofotes. 

Na segunda-feira, voltando do Hofbräuhaus, dou de cara com o bom humor e talento do Konnexion Balkon:

O grupo é uma junção de músicos da Alemanha, Bulgária, França Geórgia, Moldávia, Letônia e claro, do Brasil! Surgiu em 2007, quando todos davam o pontapé inicial de suas carreiras. Eles hipnotizam o público justamente pelo domínio dos instrumentos e um conhecimento bárbaro da música clássica, fazendo com que insiram até canções pop enquanto tocam Richard Wagner! Arrancam sorrisos, silêncio e a participação da plateia...O sonho de qualquer artista! O humor de Igor Stravansky, o violinista e também big boss do grupo, me trouxe a lembrança do genial Hique Gomez! Que saudade!
Gostou? Então, escute:
Bamba Samba
* Gelem

terça-feira, 2 de abril de 2013

Prost no Hofbräuhaus!


Segunda-feira, pós-Páscoa. Enquanto no Brasil e em outros lugares do mundo se volta ao trabalho, por aqui ontem foi feriado. Pela manhã, aproveitei para limpar a minha mini casa. Para a tarde, planejei um programa tradicional: beber uma boa cerveja! E se tratando de "bier", não só estou no país mais indicado, como também na cidade onde há um dos lugares mais convidativos para se degustar a bebida, e cair na tentação de virar o copo, o Hofbräuhaus.



O duque da Bavária, Guilherme V, era um cara exigente e não curtia a história de ter que importar cerveja da região da Baixa Saxônia (um dos estados federados da Alemanha, que tem como capital Hannover). Por isso, em 1589, construiu o Hofbräuhaus. Chamou o mestre cervejeiro do mosteiro Geisenfeld Heimeran Pongraz e iniciaram a produção exclusiva de uma cerveja de cor marrom. Inicialmente, o Hofbräuhaus funcionava para uso exclusivo do duque, sendo aberto ao público em 1828. De lá pra cá, muitas figuras ilustres passaram pelo local. Até Hitler fez ali, algumas de suas campanhas nazistas.

Vamos beber!

Mesmo sem parceiros de caneco, entrei no salão e percorri a extensão da cervejaria em busca de uma mesa, uma tarefa árdua e concorrida, afinal é um lugar muito procurado por turistas. O ideal é chegar cedo, seja para almoçar, para um lanche ou curtir o fim de tarde. Além da excelente cerveja artesanal, servem comidinhas típicas, como as carnes de porco, salsichas e o pãozinho que eu mais amo: bretzel!

Caminhando no corredor, vejo um senhor diferente, sentado, rindo, com um caneco na mão. Na minha frente, caminhavam dois rapazes que pediram para tirar foto com o tal. Um deles sentou-se ao lado do velhinho e, abraçados, fizeram o click. Imediatamente, eu também quis fazer meu registro. E o cutuquei no ombro:

- Olá, senhor! Desculpe incomodá-lo! Poderia tirar uma foto comigo, assim como fez com o rapaz?
- Ah, mas você é muito bonita! - ficou com as bochechas vermelhas. - Claro que eu tiro! Mas assim, ó...(abusado!)



É muito comum encontrarmos no Hofbräuhaus pessoas mais velhas que, vestidas tipicamente, se reúnem para um happy hour. Me fez lembrar os gaúchos de bombachas em alguns locais de Porto Alegre! Confesso que além do meu chopp, só faltou mesmo foi uma parceria para a dança. Uma banda animava o salão:


E mais tarde, às 20h, no segundo piso, um baile com músicos da cervejaria continuaria a festa, com muita polca! Ah, um par...

O quê? Hofbräuhaus
Onde? Platzl 9
Como chegar? Pegar a linha S1-8, U3/6, ônibus 52 Marienplatz, tram 19 Nationaltheater
Dica: Para começar os trabalhos, peça uma Weissbier Original, a mais tradicional. Um caneco de 1 litro sai por 7,50 euros + 0,90 centavos, um bretzel pequeno! E não esqueça de levar um enorme bretzel para casa! Garçonetes, vestidas tipicamente, passam de mesa em mesa oferecendo!


Cliques do dia.

Vou de bici.

O mundo é delas. Estão por todos os lados, todos os lugares. Em frente aos bancos, shoppings, lojas de grife, mercadinhos. Sem elas, a mobilidade na Alemanha não existiria! 



Diariamente.


Em uma livraria, encontrei a obra Wirtschaftswunder, com imagens incríveis do fotógrafo Josef Heinrich Darchinger, que mostra o cotidiano da Alemanha, no pós II Guerra. Lindo!