Cada vez que me vejo num novo
lugar, vivenciando experiências jamais imaginadas, tenho mais a certeza dos sabores especiais de se viajar
sozinho. Indiscutível, o quão agradável é preparar as malas para uma trip com os
amigos e conhecer novas pessoas no meio da jornada. “ Pero solito” nos tornamos um expectador, um observador. O silêncio é um tempero precioso e tornará aquele minuto fascinante,
inesquecível. E foi no espírito “eu e eu mesmo”, que abusei do domingo
ensolarado para um passeio sem destino, sem preocupar como terminaria o dia. No
improviso, desci no Olympiapark e de uma
caminhada em um parque arborizado, me vejo diante de tendas gigantes, pequenos quiosques
repletos de artesanatos, incensos, arte e dreadlocks. Com aquela atmosfera
chinelo de dedo e vestido colorido, voltei aos meus verões de cotidiano simples na Praia do Siriú, na Guarda do Embaú, faltando a beleza
das montanhas e a lindeza do mar para completar o cenário. Eu entrava no
festival mais importante de Munique: o Tollwood.
Para dar visibilidade aos artesãos locais, o
festival começou no final da década de 80 e atualmente persiste no foco de
impulsionar o “mercado das ideias e da criatividade”, oferecer um programa gastronômico variadíssimo, com
produtos totalmente naturais (por isso, não é muito barato comer lá dentro) e
apresentações de teatro, arte, cultura e música, oficinas, palestras, pagos ou totalmente de graça! No verão, o
Tollwood recebe cerca de 900 mil visitantes, superando a marca da edição de inverno, na média de que ocorre 600 mil pessoas.
Em meio a poeira subindo naquelas
ruazinhas de chão batido, fui seguindo o fluxo da multidão, bisbilhotando em
cada uma das 200 estandes e sentindo uma saudade dos colares de sementes, miçangas vendidos na beira da praia de Santa Catarina, do Rio, da arte da renda no Nordeste,
dos artistas fantásticos de Porto Alegre, que levam seu talento, incansáveis,
todos os domingos para o Brique da Redenção!
Olhava um brinco aqui, uma bolsa ali e seguia andando para onde a música me chamava. Foi assim, que numa tarde me embalei com rastafáris, conheci a música e dança indiana (abaixo) e fechei com a boa e tradicional dança típica alemã!
Próximo passo: antes do término
do Tollwood, no próximo final de semana, quero voltar lá para eu mesma arrastar
minhas sandálias na pista e ter o prazer de
conviver novamente com a humilde, a simplicidade de tantos idiomas e cores. Quer dançar junto? Aperta o play: