sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Chucrute, rock e psicodelia!

Frumpy, banda de Hamburgo, que tinha nos vocais, a talentosíssima Inga Rumpf

É inevitável. Quanto mais tempo se passa numa cidadezinha qualquer deste mundão, mais se mergulha na cultura e história locais. Isso levando-se em conta, claro, todos os prós e contras, que sempre vem adicionais dentro da mala da experiência de vida. Nem tudo é divino e maravilhoso, e nem tudo é tão estranho assim. Com os sons que apresentei no último Wanderlust, desta quinta-feira, na On The Rocks, não poderia ser diferente!


Ao ir para a Alemanha pela primeira vez em 2003, meu conhecimento musical se limitava em flashes da apresentação de Nina Hagen, no Rock in Rio, de 1985, que eu via reprisar na Globo. E pronto. Ao entrar naquele cotidiano, a riqueza musical alemã foi se mostrando, se abrindo no horizonte e com sabor de chucrute mesmo! Sim, estou falando do Kraut Rock, um movimento de bandas experimentais, psicodélicas progressivas, que se destacaram no cenário rock germânico, entre as décadas de 60 e 70. Kraut significa repolho e esse termo foi criado pelo nariz torto da imprensa inglesa, para designar o movimento. No entanto, anos mais tarde, de significado pejorativo, o Kraut Rock passou a ser respeitado em cada canto da Europa, muito obrigado!

E claro, a psicodelia, rock progressivo e sons experimentais transpassavam fronteiras, entre os anos 60 e 70, sendo essas bandas as precursoras  e influências de tantos ingredientes que compõem  esse grande bolo do rock que temos hoje. Foram vanguardistas, ousados, sem medo de dizer a que vieram. Além da Alemanha, a trip sonora também foi até a Suíça, Inglaterra, Áustria e fechando com uma obra de arte na Turquia! Chega de papo. O rock progressivo, psicodélico, com chucrute, com cerveja, seja o que lá como for. A audição disso tudo se traduz em uma palavra: EXPERIENCE.
Por isso, feche os olhos e VIAJE:


IF

A banda inglesa durou seis anos e dividiu muitos palcos com feras como Cream, TRaffic, Yes e Lynyrd Skynyrd. Foi aclamada pela revista Billboard como a melhor banda e a mais importante no cenário rock progressivo britânico entre 70 e 75, com oito álbuns gravados e algumas tours pela Europa. 


CAMEL
Banda britânica de 71, lançando o primeiro álbum em 73 pela MCA Records, e encerram os trabalhos, numa turnê em 2003:


KROKODIL
A banda foi praticamente a primeira a levar o rock progressivo para a Suíça, entre os anos 60 e 70. Adoravam usar instrumentos exóticos, incluindo a sítara. Sim, os suíços entendem muito mais do que simplesmente como um bom chocolate é feito:


HOTZENPLOTZ
Com um som de 1971, banda politizada super crítica, que vem de Sttugart e que lançou apenas o álbum Songs aus der Show:


KRAFTWERK
Quando se podia dizer que a banda alemã, precursora das batidas eletrônicas, era praticamente uma outra banda, ao ouvirmos essa faixa:

FRUMPY
Baita banda de Hamburgo, que bombou entre 70 e 72 e posteriormente entre 90 e 95. Na época, a cantora Inga Rumpf foi aclamada como a mais talentosa vocalista individual e você vai entender o porquê:


KLAUS DOLDINGER'S PASSAPORT
Delicie-se com esse som de 1973, que vai te diexar de queixo caído com esse modesto solo de bateria, dupla!. Klaus é compositor, saxofonista e arranjador de Berlim:


FRIEDRICH GULDA & COMBO
Uma parada na Áustria para ouvir a beleza do pianista e compositor, arrebentando com um John Coltrane, mas que também se destacava no cenário erudito. Na década de 80, Gulda se juntou a Chick Korea:


ERKIN KORAY
O ícone Erkin figurou no cenário rock turco entre as décadas de 50 e 60 e que começaram a ganhar fama, ele e a banda, justamente por fazerem couver de Elvis Presley. ERkin introduziu o psicodelismo no cenário rock turco: