Para
iniciar os parágrafos a seguir, assumo: pensei por dias se o leitor acharia
importante. Afinal de contas, o gesto já se tornou usual no meu dia-a-dia e
senti até...Vergonha. Uma vergonha alheia, sim, ao terminar o vídeo, no pé do
post. Ainda na cozinha, ao jogar fora uma casca de banana, me chamei de tola. Mas
quer saber? Leia, assista e conclua com suas palavras, como é jogar fora o SEU
lixo. Se no Brasil o esquema é desordeiro, por aqui "o cesto",amigo,
é bem mais embaixo.
Até o
ano passado, 65% de 1,3 milhões de moradores de Munique,
reaproveitava os materiais descartados. É uma das cidades com um dos mais
modernos sistemas de tratamento de lixo do mundo.Os resíduos não
aproveitados vão para um incinerador e, nesse local, também se produz
energia elétrica e vapor quente para aquecer uma parcela das casas. Para a
construção de asfalto, se utiliza as cinzas do lixo queimado. Tão
divino e maravilhoso, que não seria possível no Brasil, correto? Não!
Antes do „tranforma
energia aqui“ e „aproveita dali“, acontece um gesto básico para o perfeito andamento
dessa engrenagem. É e por causa dele, que a máquina funciona: a educação.
Cada federação tem suas regras na separação do lixo. Em Munique, as
embalagens, vidros, restos de comida e papeis são separados de uma
maneira natural e de forma regular. Conversando com moradores, perguntei se faziam a separação para não correr o risco
com alguma multa. Com espanto, a resposta foi a mesma: “Claro que não! A
gente faz porque é a maneira mais correta, saudável, embora às vezes, um pouco
estressante”. Claro, separar o lixo não é uma tarefa fácil e tão
pouco impossível, quando se tem noção da quantia em dinheiro ali
desperdiçada. Ao comprar um container para por na frente de casa, se gasta grana, se paga imposto e quem produz lixo demais, precisa sim, pagar uma taxa por "excesso".
Ocupado em maquiar obras públicas para eventos esportivos mundias, o
Brasil também coloca para funcionar a sua engrenagem de terceira categoria: começamos pela sujeira do lixo misturado, espalhado e que entope bueiros em dias de chuva, lixeiros
em condições precárias de trabalho, lixões, meia dúzia de iniciativas de
reciclagem de lixo, que são vistas com preconceito pelo cidadão.
Sim, o mesmo que começou a sujeira, mas não se julga responsável por nada, pois a culpa é sempre do vizinho. Enquanto não houver seriedade ao oferecer educação para
as pessoas, qualquer investimento por parte dos governos, não se tornará permanente, muito menos,
eficaz.
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