quarta-feira, 8 de maio de 2013

"Vou jogar fora no lixo"


Para iniciar os parágrafos a seguir, assumo: pensei por dias se o leitor acharia importante. Afinal de contas, o gesto já se tornou usual no meu dia-a-dia e senti até...Vergonha. Uma vergonha alheia, sim, ao terminar o vídeo, no pé do post. Ainda na cozinha, ao jogar fora uma casca de banana, me chamei de tola. Mas quer saber? Leia, assista e conclua com suas palavras, como é jogar fora o SEU lixo. Se no Brasil o esquema é desordeiro, por aqui "o cesto",amigo, é bem mais embaixo. 

Até o ano passado, 65% de 1,3 milhões de moradores de Munique, reaproveitava os materiais descartados. É uma das cidades com um dos mais modernos sistemas de tratamento de lixo do mundo.Os resíduos não aproveitados vão para um incinerador e, nesse local, também se produz energia elétrica e vapor quente para aquecer uma parcela das casas. Para a construção de asfalto, se utiliza as cinzas do lixo queimado. Tão divino e maravilhoso, que não seria possível no Brasil, correto? Não!

Antes do „tranforma energia aqui“ e „aproveita dali“, acontece um gesto básico para o perfeito andamento dessa engrenagem. É e por causa dele, que a máquina funciona: a educação. Cada federação tem suas regras na separação do lixo. Em Munique, as embalagens, vidros, restos de comida e papeis são separados de uma maneira natural e de forma regular. Conversando com moradores, perguntei se faziam a separação para não correr o risco com alguma multa. Com espanto, a resposta foi a mesma: “Claro que não! A gente faz porque é a maneira mais correta, saudável, embora às vezes, um pouco estressante”. Claro, separar o lixo não é uma tarefa fácil e tão pouco impossível, quando se tem noção da quantia em dinheiro ali desperdiçada. Ao comprar um container para por na frente de casa, se gasta grana, se paga imposto e quem produz lixo demais, precisa sim, pagar uma taxa por "excesso".

Ocupado em maquiar obras públicas para eventos esportivos mundias, o Brasil também coloca para funcionar a sua engrenagem de terceira categoria: começamos pela sujeira do lixo misturado, espalhado e que entope bueiros em dias de chuva, lixeiros em condições precárias de trabalho, lixões, meia dúzia de iniciativas de reciclagem de lixo, que são vistas com preconceito pelo cidadão. Sim, o mesmo que começou a sujeira, mas não se julga responsável por nada, pois a culpa é sempre do vizinho. Enquanto não  houver seriedade ao oferecer educação para as pessoas, qualquer investimento por parte dos governos, não se tornará permanente, muito menos, eficaz.


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